RPG, Parcialidade e Moralismo Imaginativo

 Dia 29/01/18 foi um dia triste na historia do RPG, e infelizmente não deve ser o ultimo. Uma ferramenta de RPG, RRPG, e seu administrador decidiu atuar de maneira parcial contra um tema que estava sendo considerado favorito no momento, criando uma lei que dificulta bastante a forma que essas mesas são conduzidas. 
O problema começou quando jogadores "puritanos" decidiram se juntar apenas para sabotar (entrar para xingar os que jogavam lá, em geral, atrapalhando a mesma) uma segunda mesa se auto-declarando inimigos (Anti) dela. Os motivos iniciais eram totalmente arbitrários, a maioria apenas não gostava do tema. Quando os administradores vieram, acabaram se focando em apenas um tema que seria de alguma precedência, mas não justifica o ato em sí (que poderia ter sido resolvido de outras formas mais ordeiras se achassem que o assunto seria realmente relevante).
No final houve mudanças da lei impostas, mas isso não era o problema e sim com a forma que lidaram com o assunto após isso: Havia muita gente elogiando, muita gente criticando e algumas pessoas que apenas queriam que o assunto mudasse para algo mais leve. Como consequência disso, apenas como uma forma de jogar a sujeira pra debaixo do tapete, os administradores, resolveram coibir aqueles que mantinham sua avaliação sobre o assunto, mas apenas de um lado. Enquanto aqueles que elogiavam o ato, e tratavam o outro lado como "criminosos", "lixo" ou "doentes" podiam falar normalmente, quem criticava ou falava sobre as consequências da decisão, comparando com a visão que os leigos tinham em relação ao jogo, como se processo imaginativo pudesse gerar algo perigoso, eram expulsos.
Ser avaliado e criticado pela forma que usa a imaginação é um precedente perigosíssimo. Muitos autores como Marcelo Cassaro "Paladino" e Marcelo Del debbio ja falaram, na época que jogadores estavam sendo criticados por jogar com coisas alternativas como estudantes da novela Rebeldes, sobre os perigos dos puritanos jogadores de RPG de avaliarem qual seria o "modo certo" de jogar, ou quais seriam os perigos aplicados a associação do processo imaginário com uma montagem de perfil  real da pessoa. Ironicamente as pessoas que jogavam nessas mesas, colegial, avisaram que jogadores há 2 ano atrás  haviam sido coibidos e sabotados por outros jogadores "puritanos".
Se você interpreta que o necromante está em um altar enquanto a vitima indefesa está acorrentada, amordaçada e seminua, sua personalidade está de alguma forma ligada a aquele ato? Se você interpreta um assassino de elite e mata os dois guardas do portão com um único deslizar de facas sem um pingo de remorso então? Ou um guerreiro orc entrando na casa de um camponês e estuprando sua companheira sem pudor? Até mesmo aquela clássica luta invadindo a aldeia orc, cortando, explodindo atirando flechas em tudo que se movem, só se preocupando com a pilhagem e evolução do personagem (xp)?
Chegando no assunto em sí, que tem o categoria 18+, vou falar que o sistema tem um mecanismo pra avisar que sua mesa tem essa característica, então ninguém entra nessa situação desavisado. O objeto de ódio em sí é mesas Hentai. Pra quem já conhece o mundo das mesas virtuais isso não é novidade pra ninguém. A mecânica não fica muito diferente de uma call erótica (tipo sexo virtual), mas com background, contexto, escolha de personagens, entre outros. Dentro do contexto existe uma mesa bem popular chamada "Hentai,venha se divertir e gozar da vida" (01/02/2018). Como ela se mantem no Top 1 das buscas, um grupo de baderneiros auxiliados por alguns elitistas criaram uma "mesa rival" (uma mesa sem objetivo nenhum, a não ser causar problema para a mesa inimiga) e outros baderneiros compraram a ideia tornando a mesa bem significativa no momento. Eles atuavam entrando na mesa inimiga só pra pra ficar bagunçando e xingando os presentes até serem banidos, coisa que deixava a sessão completamente voltada pra controlar o problema.
A chegada dos administradores não me é de conhecida ao todo. Na mesa Hentai tive noticias de que foi amistosa, apesar de estarem irritados com o problema em sí. Pra resolver esse problema foi criado novas regras, apenas para combater uma categoria especifica dentro desse tema: os rpgs com tema Hentai Lolis (uma desculpa esfarrapada criada enquanto seguia o problema).
Com as regras impostas não havia sido o fim dos problemas. Com a dualidade imperando na comunidade, os administradores cogitaram punir aqueles que mantinham o assunto. Infelizmente na pratica só puniam uma das partes, quem achava a punição excessiva e abria precedentes para mais punições atuarem, cerceando a liberdade imaginativa, além de abrir precedentes para outras limitações arbitrarias. Os outros que chamavam os jogadores de "doentes mentais" e/ou "criminosos em potenciais" devido a forma como jogavam, não tinham nenhuma reprisaria e comentários desse tipo choviam em cada matéria. Além disso os baderneiros também ficaram impunes. Então todo o processo que ocorre atualmente não está passando de um "cala a boca" ao invés de haver uma analise mais racional do assunto.
Eu mesmo fui expulso do canal do RRPG no facebook, sem um pingo de remorso do que fiz, sei que o caminho que se segue tem um precedente pra tornar a censura mais grave para outros tipos de mesa (como ja está sendo).
Mesmo hoje, 01/02/2018, ainda tem alguns "heróis da inquisição" entrando, xingando e gerando problema para a mesma e nenhum administrador parece sequer ligar pro evento.

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