Tuneis e sombras - Segunda sessão

A segunda sessão da mesa no Centur (13/06/2019) foi marcada pela característica mudança de jogadores. Na verdade é uma coisa bem comum nas mesas que fiz anteriormente desde janeiro. 60% dos jogadores não tinham participado da trama anterior. Antes eu resolvia tratar como se os personagens já soubessem do que ocorrera enquanto narrava um resumo para os novos tripulantes. Mas com o tempo, percebi que não era uma alterativa que ajudava direito os jogadores, muito menos os novatos, que eram a maioria (sempre gostei de tentar agregar os novatos na mesa).
Foto da mesa. Teve mais um jogador, mas que chegou só depois da foto...

Dessa vez tentei uma abordagem diferente. Ela fere um pouco do contexto realista da trama, mas acho que fica bom de qualquer forma. Os jogadores que já estavam participando contam aos novatos o que ocorrera (se ninguém viesse botaria algum NPC pra fazer isso). Em termos os eventos anteriores acontecem, mas os jogadores podem lidar com aquilo como se fossem recém chegados (que de fato eram).
Por sinal, um aviso que acho relevante. Em geral as mesas começam 15:00h, mas pra quem quiser prestigiar minha mesa de 3D&T Alpha Tormenta, digo que em geral, tendo a chegar apenas a partir das 15:30h, infelizmente. Em termos de continuidade a sombra deixara eles voltarem, já que foram cautelosos e não iniciaram hostilidades.
Lembrando que esse é o segundo episódio da saga. Caso não tenha visto, o link para o episódio 1 pode ser acessado aqui.

EP02 - Tuneis e sombras

Alguns aventureiros tiveram que continuar outras missões, mas alguns outros chegaram procurando a recompensa pelos lobos ou pela camponesa. O halfing explica as desventuras que tiveram durante sua exploração aos recém chegados. A sombra ainda era uma incógnita e havia outras coisas que poderiam explorar, então resolvem conversar com os caçadores.
Esperaram até a noite. A hora que seria fácil de encontra-los em atividade. Nesse meio tempo ficaram conversando e bebendo na Taverna dos Três Olhos. Mas antes disso, pedem para Harold, o filho do ferreiro guardar as cabeças dos lobos capturados pois seria mais fácil de se mover assim.
A viagem ocorreu sem maiores problemas. Evitaram alguns locais onde viram serpentes. Exceto por isso só viam roedores correndo negligentes ao longe. A floresta a noite tinha um ar mais sombrio. Os heróis evitaram usar suas tochas, tornando tudo ainda mais difícil.
Ainda dava pra ver com certa dificuldade. O pequeno achou um rastro de uma pessoa. Suspeitando que poderia ser de um caçador. Aproveitando a empreitada noturna, mandou os aliados ficarem a distancia enquanto avançava. Estavam tentando ver melhor as ações dos que vagavam pelo local ou pelo menos esperava descobrir alguma coisa nova, mas os efeitos do ambiente impediram o treinado pequeno de perceber a terra mexida aonde ia e uma rede cai em cima dele. Ele planejara acender sua tocha, mas alguém ali que mal conseguia perceber chegava apontando uma lança em sua direção. O pequeno tagarelava em voz alta. Tentava dizer que era um tipo de bem feitor ajudando os caçadores com dinheiro, mas o sujeito se joga em cima dele e fecha sua boca. Não havia muito o que ele fazer. "Feche sua boca!" o sujeito sussurrava demonstrando agressividade. Preso, sabia que não tinha tanto o que fazer...
O resto dos aventureiros chega, mas o sujeito soltara o halfing tagarela "Fique quieto! Você já estragou minha armadilha e está espantando minha caça!" Dá uma pequena pausa e continua "Se veio aqui para me dar dinheiro, então eu quero. Nunca faz falta..." Eles conversam com o caçador, tentando descobrir como haviam tantos lobos no lugar. O sujeito fala que não sabe também, mas informa que há dois lugares que os caçadores desaparecem. Desde então não se arriscam entrar lá.
Um deles era a caverna onde encontraram a sombra. Ele ainda faz uma menção de uma segunda caverna apontando para o norte, mas fica muito longe.
Lembram que não terminaram os assuntos na caverna mais próximas, tentam obter mais respostas indo a mesma novamente.
Ao chegarem no ponto onde chegaram na primeira sessão encontram o local agora vazio. Observando melhor as proximidades. Tentando identificar a origem de um cheiro de carne podre de lá, percebem que vinha de um grande buraco horizontal que cobria o meio do lugar.
Preparando as cordas, começam a descer. O gigante tritão perde o equilíbrio enquanto pisava nas pedras que ficavam na descida. Apesar de ser forte, ficou desprevenido quando essa situação e suas mãos escorregavam pela corda queimando-a. inevitavelmente largou, caindo de costas no fundo. Apesar da dor, conseguiu se levantar. O resto acabou tomando mais cuidado a partir dai, não tendo mais incidentes. A trilha se bifurcava logo na chegada. Indo por um corredor, um local de pedra bruta. São surpreendidos por algo que sai da terra. Pedras da metade do tamanho da maioria dos aventureiros sai do chão. Tentando evitar algum tipo de problema, eles recuam. As pedras ficaram naquela posição a principio, mas ao notarem a falta e impeto dos mesmos, de alguma forma eles descem de volta para o solo, ficando apenas uma pequena parte exposta como se fosse mais uma pedra do túnel natural.
Os aventureiros não tinham tanto impeto de saber o que tinha ali e acabam escolhendo o outro túnel mais largo. Ali encontram uma área grande. Ao contrário da maior parte da caverna havia algo trabalhado ali, uma imensa grade de metal que dividia parte da sala que passam do resto. O cheiro podre era horrível naquele lugar. Olhando entre as grades, percebem lobos. Os mesmos não pareciam dar atenção pra eles, ao invés disso, estavam comendo algo viscoso, avermelhado com resíduos semi-sólidos que era, com certeza a origem do odor que permeava o ambiente.
Uma alavanca secreta era achada entre os trechos irregulares das pedras. Com isso, um caminho secreto se abre. Não havia tanto a se fazer além de segui-lo. O local estava cheia de pequenas criaturas sombrias. O grupo chega inicialmente se esgueirando, não vendo nenhuma reação da parte delas, continuavam pegando aquela carne visceral e irregular e jogavam por uma rampa para as feras. Observando com atenção dava pra ver restos do que seriam animais: garras e chifres semi-imersos naquilo, mas não dava pra identificar partes humanas. Ao resolverem se expor naquele local, a situação não mudara. Eles trabalhavam naquilo de maneira automata.
Extrapolando um pouco as opções que tinham ali, o mago elfo evoca do chão uma massa de terra em forma de mão, como se um gigante estivesse enterrado ali. usa essa força elemental para abrir passagem entre as grades. Elas eram realmente resistentes, mas sucumbiram aquela força. Estavam na jaula dos lobos e logo esperaram problemas, mas as criaturas estavam estranhamente letárgicas. Mesmo notando presenças novas no local, a maioria não fazia mais que avançar passos lentos e debeis em sua direção. Tentando cumprir a cota trazendo mais troféus ao prefeito em troca da prometida recompensa, os jogadores abateram os lobos dali.
Não havia nenhuma dificuldade naquela coleta de troféus e a empreitada dos mesmos prometia ser tranquila. Até ouvirem o barulho.
Um barulho ritmado e crescente aumentava no ambiente, vindo do corredor que usaram para entrar ali. Alguns tentaram se esconder entre os detritos, como o pequeno, mas até mesmo o gigante azulado tentava o mesmo. Não havia muitas opções pra onde pudessem seguir. Havia algo na entrada do túnel agora a vista.

Algo feito com um material negro-piche, grande como um troll e cabeça de touro entrara ali. A criatura andava com uma certa lentidão, mas parecia saber bem seu destino. Passando pela entrada a qual os aventureiros usaram, as grades torcidas. Não havia pra onde correr. Uma flecha, uma pequena esfera de chamas, logo em seguida outra flecha voam na direção da criatura. Talvez uma certa onda de terror os dominasse naquele momento, já que os ataques atingiram de raspão, defletindo na pele blindada. O gigante tritão avança com um soco, dessa vez causando uma reação na pele da mesma. A principio ela afunda, e depois parece ferver e em sua superfície brotam chagas da mesma cor negra de sua pele.
A criatura levanta as mãos fazendo seus dedos se esticarem e afiarem, logo baixando-o em forma de garra na direção do mesmo, apesar disso, ele dá um gingado para trás, fazendo com que o golpe deixe fissuras entre as pedras do solo. Lanceiro avança  tomando a dianteira da batalha com um salto, dando uma estocada poderosa na cabeça da mesma. O efeito foi impressionante fazendo com que a mesma fosse arrancada e projetada, caindo no chão como um fluído negro como tinta. Olhando o cenário otimista, ficam surpresos quando a parte no meio dos ombros começa a ferver. A mesma se projeta para o mesmo local, mas ficando semicircular e bulboso, similar a um casco de tartaruga deformado. A luta continua. O arqueiro se move disparando outro ataque contra a criatura, mas que apenas foi defletido pela sua pele rígida. Halfing usa a falha do arqueiro para tentar se promover "Não é assim que se faz. É assim!". Infelizmente o disparo foi tão inefetivo quanto o de seu companheiro, fazendo o mesmo bolar alguma desculpa e alguns risos rápidos. O mago dispara uma pequena esfera de fogo, dessa vez causando um pequeno ferimento onde seria o abdome da criatura. A mesma se prepara pra atacar o grande ser do mar. Dessa vez sua mão cresce, quase se tornando a de um gigante e desfere um movimento lateral, mal dando tempo para o grandalhão fechar a guarda usando as mãos. o ataque faz um rasgo horizontal nos antebraços do lutador, alem de fazê-lo dar dois passos pra trás, evitando de cair. O grupo ficava incerto de quanto tempo a luta duraria, mesmo a criatura já demonstrando movimentos mais lentos e erráticos, sua aparência demonstrava uma constituição implacável.  O halfing estava constrangido com sua cena anterior e saca sua faca. Era treinado com ela, mas não tanto quanto sua besta,  o que torna seu avanço para as linhas dianteiras bem esquisito "É assim que se faz!" Salta com uma adaga pelas costas da criatura. Com o salto, crava verticalmente a adaga na altura do joelho da mesma, rasgando de maneira descendente, fazendo um talho significativo. A mesma perde o equilíbrio pra trás e cai. o processo faz a mesma quicar no chão e espirrar, espalhando sua matéria em forma de fluido negro pelo chão.

Não havia nada o que fazer ali. Ainda havia um trecho não explorado da mesma numa bifurcação que deixaram de mão no começo e era hora de voltar e enfrentar as tais pedras. Os pequenos guardiões rochosos não eram mais que empecilhos. O arqueiro derruba dois deles enquanto o pequeno, agora mais "metido a besta" do que nunca, se mantinha na linha de frente junto com o lanceiro tamuriano. O lutador anfíbio estavas debilitado e resolveu usar as pedras da caverna como arma se resguardando. O lanceiro derrota um deles, sendo o ultimo derrotado por uma grande pedra catada pelo grandalhão.

Avançando pelo cenário, observam uma grande sala. A sombra que viram antes, agora estava ali. O local estava levemente mobiliado, onde haviam estantes e pequenos gaveteiros. Abaixo da sombra há um circulo mágico sinistro feito com tinta vermelha, que o mago não consegue identificar. O arqueiro olhava com desdem, esperando a oportunidade de atacar, mas o pequeno toma a frente e tenta questionar os objetivos da sombra "Vou me vingar de todos aqueles que vivem no vilarejo". Estranhamente não havia postura de hostilidade entre todos, o sujeito falava de maneira calma, sendo questionado calmamente pelo pequeno. Algumas perguntas eram feitas pelo arqueiro ou o mago. O gigante não via muito interesse naquilo ali, talvez já acostumado a lidar com as coisas de maneira menos sutil.
Outras perguntas foram feitas. Nem todas pelo carteador, algumas pelo arqueiro e outras pelo mago que olhava a biblioteca tentando achar algo que valha. Na verdade acha alguns livros sobre evocação, mas não consegue dar atenção pra eles naquele momento "Por que você deseja fazer mal a aquele povo?", "Vocês não sabem como é ser um usuário de magia numa cidade pequena. Tudo que acontece de estranho e errado é culpa sua. As pessoas temem e odeiam os usuários devido sua ignorância. Um dia tive que fugir pela minha vida... Mas agora estou de volta. E eles vão pagar!", "mas agora nós impedimos você e suas criaturas de causar mal a cidade". Ele ri e responde "na verdade, já estão atrasados. Nesse momento já lancei o mal na cidade e agora vocês estão aqui, não lá pra impedir isso.". Dessa vez o pequeno ri e fala "Mas se matarmos você, a cidade ficará bem de novo.","infelizmente isso já não depende de mim. Na verdade nem sei como parar. Talvez estude isso mais tarde...""Talvez possamos ajudar", "Talvez possam, mas não vou deixar que salvem as pessoas daquele lugar". A conversa demorara bastante e fora amistosa, mas o arqueiro resolve que ja era informação o bastante. O ataque segue até a sombra. Mas raios negros saem do circulo e se acumulam na frente da mesma e começa a acumular naquele local ininterruptamente até que em poucos instantes forma uma criatura de piche e chifres bem maior que a anterior, chegando facilmente a quase três vezes o tamanho de um adulto humano. vendo que não haviam saído ilesos das lutas anteriores e que o ser com certeza era o pior das criaturas que ja encontraram, resolvem correr para a saída. De fato não havia dificuldades até chegar a hora de subir a corda. Não havia espaço para falhas. O mago elfo sobe primeiro, seguido do tritão gigante e o lanceiro e o arqueiro. Dava pra ver a criatura agora chegando na sala. Teria pouco espaço para falhas, mas um bom carteador confiava na sorte, e ela lhe sorri novamente, conseguindo sem problemas.
Correram de volta a vila, felizmente sem novos encontros ou talvez com a perseguição da criatura. A noite já cairá algum tempo, era improvável ter alguém desperto, mas não sabiam o que esperar. Ao chegar percebem que mesmo na madrugada ainda havia movimentação. Um grupo de acólitos levava uma pessoa para o templo. Ela gemia enquanto era carregada, ignorando qualquer situação que estivesse no momento. Sem pensar duas vezes o templo seria o destino deles.

Enquanto chegavam ao templo de Nerelim, a deusa dos rios, já dava pra ouvir gemidos lamuriosos variados e intercalados. Ao entrarem percebem que aquele sujeito não era o caso único e vários estavam lá dento no chão entre panos, sendo cuidados por esbaforidos acólitos, além do sacerdote da divindade, que estava do mesmo modo. As vítimas estavam com manchas irregulares escuras no corpo, suando e gemendo com movimentos reflexivos, motivados pela dor.
Preocupados, procuram Harold. E encontram ele, lá entre os doentes. O corpo ja estava totalmente negro e, obviamente, com os mesmos sintomas. Tentam conversar com o sacerdote. Seria interessante ter alguém com o dom da magia branca entre eles, mas o sacerdote queria ficar ali, sem abandonar seus protegidos.
Era tarde não havia tanto o que fazer. Voltaram a taverna, acordando a atendente, apesar de não haver tanta dificuldade no processo, mas não antes de tentarem beber um pouco, talvez evitando pensar na responsabilidade que tinham em mãos.
Pela manhã o prefeito chegava a taverna. Talvez uma presença um tanto estranha. Ao seu lado uma mulher. Com roupas práticas de explorador, óculos e cabelos ruivo bagunçados. Uma especialista da academia arcana. Ela foi apresentada ao problema. Ainda precisaria de mais pistas e esperavam que isso fosse o suficiente pois as opções estavam se esgotando...

Observação:
Em essência a aventura deveria ter acabado ai. Tivemos um avanço curto a partir disso, pois a chuva impedira de sairmos logo que chegou o fim do horário previsto, mas ficará integrado só no próximo capitulo por ser esse um bom clímax...

Personagens:

Criei as fichas tentando gerar uma variedade entre Vantagens Únicas, Papéis e Kits. Em termos aqui há 2 Atacantes, 2 Baluartes, 2 Dominantes e 3 Tanques. O livro fornece muito conceito de Vantagens Únicas e infelizmente não deu pra fazer uma de cada, mas convenhamos que há uma certa versatilidade envolvida.
Uma criação própria que entrou na segunda mesa foi o mago elfo. Provavelmente a ficha aparecerá nas sessões futuras.

Comentários

  1. Legal ver as fichas dos personagens, tenho muita saudade dos tempos jogando 3D&T.

    Sobre o lance de ter que lidar com a rotatividade de personagens-jogadores, deixo a sugestão de desenvolver a campanha de maneira episódica, com cada partida se tornando uma aventura independente (ou one-shot, como alguns chamam), estabelecendo um lugar ou organização comum entre elas, assim oferecendo uma experiência completa aos jogadores ao mesmo tempo que é criada uma história maior no pano de fundo (mostrada através dos diários de campanha postados no blog).

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    Respostas
    1. Também pensei nisso. Mas nem sempre a rotatividade é total e quem acompanha mais de uma sessão em geral quer ver mesmo a história crescer. Mas realmente vou pensar nisso caso a sessão tenha uma rotatividade total mesmo.

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